Os medicamentos de tarja vermelha
correspondem a 65% do mercado, e, para a maioria desses produtos, a legislação
sanitária exige apenas a apresentação da receita médica no ato da compra
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Medicamentos de tarja vermelha - maior fiscalização |
Os medicamentos de tarja vermelha
correspondem a 65% do mercado de medicamentos, e, para a maioria desses
produtos, a legislação sanitária exige apenas a apresentação da receita médica
no ato da compra. As farmácias não são obrigadas a reter as receitas.
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Dra. Maria Eugênia: estudos consistentes |
Dirceu Barbano,
diretor-presidente da Anvisa, diz que essa falta de controle, considerada por
ele danosa para a sociedade, é uma falha em um sistema que tem um início de
ciclo bem atendido. "A regularização tem sido muito eficiente na produção,
distribuição e pesquisa na área de medicamentos. Tudo isso tem regras
rigorosíssimas, mas, quando chega na etapa de fechamento, quando o medicamento
vai para o paciente, o sistema foge de todos os padrões. O mesmo cuidado tomado
na produção tem que ser tomado na chegada do medicamento ao paciente",
disse o diretor.
Barbano, entretanto, não acredita
que a retenção de receita seja o melhor caminho. "Seria necessário criar
um prédio ao lado das farmácias para guardar as receitas retidas",
ironizou. Em sua opinião, o mais indicado, por enquanto, seria atuar na conscientização
da população. "A prescrição médica é fundamental para garantir um
diagnóstico correto e o uso seguro e eficaz do medicamento", disse
Barbano.
A sugestão que teve mais força
entre os representantes da indústria farmacêutica foi a formação de um "grupo
de trabalho" para a proposição de ideias que tragam avanço que vá além de
mostrar ou não a receita, como por exemplo sistemas eletrônicos desenvolvidos
para um maior controle.

O representante do Sindicato dos
Farmacêuticos do Amapá, Cássio Sobrinho, achou importante a discussão, mas
alerta que na Região Norte do país há municípios com pouco acesso ao serviço
médico.
"A Região Norte tem suas
peculiaridades e deve ter atenção especial nesta discussão. Medicamento tem,
farmácia tem, não tem é médico. Tem lugar do Amapá que oferece [salário de] R$
30 mil para um médico e a vaga não é preenchida", diz Cássio.
Dirceu Barbano mostrou-se
empolgado com a ideia do grupo de trabalho, renomeado por ele de "frente
de interesse para a boa prática na dispensação de medicamentos", e
adiantou que o edital público com convite para as entidades que tenham interessa
em manifestar ideias será publicado nos próximos dias. "Queremos colocar
as ideias em prática ainda este ano", disse o diretor.
Fonte: jornal Gazeta do Povo - Curitiba-PR - acesso em 04/10/12
Fonte: jornal Gazeta do Povo - Curitiba-PR - acesso em 04/10/12
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