O
executivo da área ambiental da maior empresa de bebidas do mundo, Jeff
Seabright, enfatizou que a água está no cerne do desenvolvimento sustentável, e
hoje é mais importante do que o petróleo. Defendeu com veemência a economia
verde, a energia renovável e o reuso da água, além de condenar a má governança
dos recursos hídricos, Jeff Seabright não surpreendeu o plenário apenas por
suas declarações, mas sobretudo pela paciência de acompanhar todos os outros
debatedores, defendendo, também, a água como direito humano. Para Seabright, a
sustentabilidade começa com o simples ato de prestar atenção. Prestar atenção e
medir. “Você não pode gerenciar com eficiência e proveito aquilo que não pode
medir com eficiência e proveito”, diz ele.
A Coca-Cola tem a água como principal insumo |
A
Coca-Cola é uma empresa global que tem a água no seu negócio. Com mais de
90.000 funcionários e presença em mais de 200 países, Jeff Seabright explica
que a companhia está medindo tudo o que pode, desde as taxas de eficiência de
água para uso do produto e de material de embalagem até a sua pegada de
carbono. “Sem conhecer e sem medir não há como manter uma governança moderna,
apropriada e justa com seus empregados, com seus clientes, com a sociedade e com
o meio ambiente. É a única fórmula para buscar a sustentabilidade”, garante o
executivo ambiental da Coca-Cola, com a experiência de quem já dirigiu um
escritório de Energia, Ambiente e Tecnologia e, em 1999, e se mudou para a Casa
Branca, em Washington, para ser Diretor Executivo da Força-Tarefa para as
Alterações Climáticas.
Evolução
da sustentabilidade
A busca
da sustentabilidade veio ao longo de décadas, mas o foco inicial era sobre a
governança corporativa em todo o ambiente. Medir e focar na questão da
sustentabilidade trouxe resultados concretos.
Na década
de 70, com o advento do Ar Limpo e Lei da Água Limpa, as empresas realmente
começaram a prestar atenção ao surgimento de novas exigências regulamentares. O
objetivo principal é cumprir a missão da “ecoeficiência”: fazer mais com muito
menos. Buscar eficiência no descarte de resíduos, na produção, na
comercialização. Há um terceiro nível dessa evolução que é montar programas que
agregam valor real ao negócio, através de vários canais diferentes.
A água é um recurso finito e muitos não sabem disso |
A água como um recurso finito está passando por estresse em todo o mundo. E isso é um desafio para um negócio que se baseia fundamentalmente no acesso à água. A questão não é apenas a disponibilidade de água, mas está embutido aí a questão da qualidade, do descarte, da poluição das águas subterrâneas etc. Não é um risco insuperável, mas é algo que a empresa sentiu necessidade de reconhecer. Hoje a sustentabilidade está dentro do nosso negócio. Faz parte do negócio, salienta Jeff Seabright.
Forum Humanidade 2012
O projeto
Humanidade 2012 aconteceu no Forte de Copacabana e foi reconhecido pelo público
como um dos mais importantes e relevantes durante o período da RIO+20. O evento
recebeu mais de 210 mil pessoas entre os dias 11 e 22 de junho. O evento, que
aconteceu no Forte de Copacabana, possibilitou a forte participação da
sociedade civil que teve acesso a informações e debates sobre crescimento
econômico, desenvolvimento tecnológico, infraestrutura e conservação ambiental.
O Forum
Humanidade 2012 misturou educação, tecnologia e cultura. A exposição mostrou o
poder de transformação do homem através dos tempos, como sua intervenção
alterou a ordem natural da Terra, e indicou caminhos para uma reflexão: como
podemos hoje contribuir para um mundo melhor.
O Fórum Humanidade 2012 ocorreu no Forte de Copacabana - RJ |
ÁGUA EM
DESTAQUE
A água
também foi destaque no Fórum “Humanidade 2012”, um dos eventos paralelos da
RIO+20, iniciativa da TV Globo com a participação de várias empresas, no Forte
de Copacabana.
A água
marcou o início dos debates com a presença de todos os ex-presidente da ANA-
Agência Nacional de Águas, e do atual dirigente do órgão Vicente Andreu Guillo,
que foi muito assediado pela imprensa, com perguntas duras e denúncias sobre as
concessionárias privadas de serviços de água e saneamento.
Uma
verdade muito comentada: os empresários brasileiros não demonstraram valorizar
tanto a água como os estrangeiros. Willem Buiter, por exemplo, que nasceu na
Holanda e possui cidadania britânica e norte-americana, diretor do Citigroup,
assegurou com veemência que a água será o ativo financeiro mais importante,
superando o petróleo, o cobre, as commodities agrícolas e os metais preciosos.
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