A páscoa
é a principal festa do ano litúrgico cristão, comemorativa da ressurreição de
Jesus Cristo, no terceiro dia após a crucificação. É também a época que os
judeus comemoram a libertação do seu povo do jugo egípcio. A festividade da
páscoa foi fixada pelo Concílio de Nicéia (325 d.c.) no primeiro domingo após a
lua cheia que se seguir ou anteceder o dia 21 de março. Se a lua cheia cai em
20 de março, a seguinte será então a de 18 de abril (29 dias após). Se este dia
for um domingo, a Páscoa, será então a 25 de abril. Assim, a festa da Páscoa
oscila entre 22 de março e 25 de abril, e de sua data dependem as datas de
todas as outras festas móveis: Paixão, Ramos, Ascensão, Pentecostes, Trindade e
a festa de Deus (corpo de Deus ou do Santíssimo Sacramento).
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A Páscoa comemora a Ressurreição de Cristo |
Suas
origens remontam aos primeiros tempos do cristianismo e é provavelmente, a mais
antiga comemoração cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. O nome
Páscoa vem do aramaico pasha, em hebraico pesah. O
seu significado etimológico é incerto. Alguns procuram-no em raiz egípcia que
significa “golpe” ou “ferida”. Há quem prefira ligar a palavra ao siríaco, que
significaria “ser feliz”. Entretanto o significado geralmente aceito é o que
adquiriu no hebraico bíblico: “saltar”, “passar adiante”. No livro de êxodo a
palavra relaciona-se à noite em que Javé feriu os primogênitos do
Egito e “poupou” ou “saltou” as casas dos israelitas cujas traves das portas
estavam pintadas com o sangue do cordeiro pascal.
COSTUMES DA
LITURGIA PASCAL
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O Domingo de Ramos antecedeu a morte de Cristo |
Como a paixão e a morte de Jesus coincidiram com a Páscoa
judaica, vários costumes e símbolos dessa festa foram incorporados às tradições
cristãs. Alguns costumes da liturgia pascal, como o de acender o primeiro fogo
do domingo, desapareceram com a perda de seu sentido simbólico na civilização
ocidental. Outros costumes permaneceram apenas no Oriente. Nos paises ibéricos
e em suas ex-colônias ainda persiste a “malhação do Judas”, hábito condenado
pela Igreja, que consiste em linchar simbolicamente, no sábado de aleluia, o
apóstolo que traiu Cristo.
A Igreja Católica nos preparativos para a vigília pascal obedece
a um esquema no qual todos os temas e simbolismos são gradativamente
apresentados. Em novembro, inicia-se a preparação com instruções sobre os
sacramentos. A Quaresma é a preparação prática, por meio de penitência. No
domingo de Ramos, celebra-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, sob os
aplausos da mesma multidão que o verá crucificado no final da semana.
O sacrifício de Cristo é lembrado na sexta-feira da paixão.
Por ordem do papa Pio XII, desde 1951 a missa do sábado de aleluia é
celebrada à meia-noite, na passagem para o domingo. Nas igrejas protestantes,
as celebrações do sábado de Páscoa são o ponto culminante de uma série de
serviços religiosos realizados durante a Semana Santa, que começa no domingo de
Ramos.
O Peixe – Os cristãos são reconhecidos pelo símbolo do peixe há
muitos anos. A relação com a Páscoa está no fato de as aparições de Jesus, após
a ressurreição, estarem sempre ligadas à presença de peixe.
Os Ramos - a Semana Santa já tem o seu inicio no domingo
anterior, quando é relembrada a entrada de Jesus em Jerusalém. O povo
o recebia agitando ramos de palmeira. Até hoje esse ritual é respeitado.
O
Cordeiro - significa Cristo sacrificado em favor do
seu rebanho.
A Cruz - que mistifica todo o significado da Páscoa, a ressurreição
e também o sofrimento de Cristo. No Concílio de Nicéia (325 d.c), Constantim
decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo, não somente um símbolo de
Páscoa, mas o símbolo primordial da fé católica.
O Pão e
o Vinho - simbolizam a vida eterna, o corpo e o sangue de
Jesus, oferecidos aos seus discípulos na última ceia, para celebrar a vida
eterna.
O Círio
Pascal - a grande vela que se acende na aleluia. Quer
dizer: “Cristo, a luz dos povos”. As letras gregas, alfa e Omega nela gravadas
querem dizer: “Deus é o princípio e o fim de tudo”.
O Coelho
da Páscoa - por ser animal com capacidade de gerar
grandes ninhadas, a imagem do coelho simboliza a fertilidade e a capacidade da
Igreja de produzir novos discípulos constantemente.
O Ovo de
Páscoa - simboliza o nascimento, o começo de uma vida
nova. O costume de presentear as pessoas na época da Páscoa com ovos
ornamentados e coloridos começou na antiguidade. Os cristãos primitivos da
Mesopotâmia foram os primeiros a usar ovos coloridos. Em alguns países
europeus, os ovos são coloridos para representar a alegria da ressurreição. Na
Grã-Bretanha, costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos que eram dados
às crianças com outros presentes. Na Armênia decoravam ovos ocos com retratos
de Cristo e da Virgem Maria e de outras imagens religiosas.
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Os ovos de chocolate continuam sendo o grande símbolo deste período |
Na França, no século XIII, estudantes da Universidade de
Paris, saiam em procissão, para recolher presentes pascais, principalmente
ovos, para depois distribuí-los aos amigos, colegas, parentes e vizinhos. O rei
da França distribuía cestas de ovos dourados nessa ocasião. Nos séculos XVII e
XVIII, os ovos de Páscoa serviam de motivos artísticos, alguns eram verdadeiras
obras de arte. O costume é comum a todos os paises católicos. Vale salientar
que os ovos não eram comestíveis, pelo menos como se conhece agora.
No Brasil, a moda começou depois de 1920, especialmente nas
grandes cidades do Sul, onde os ovos de Páscoa vinham de Paris, trazidos como
lembranças para os amigos. Popularizou-se lentamente e nas confeitarias
surgiram os ovos de chocolate e massa doce. Hoje as fábricas de chocolates se
mobilizam com meses de antecedência para conseguir atender a demanda.
Há ovos de toda procedência, desde os de pequenas fabricações
caseiras até os de grandes fábricas nacionais e multinacionais. A variedade de
ovos de páscoa também é muito grande, no que diz respeito aos sabores e
tamanhos. O domingo de Páscoa é o dia de se oferecer os ovos.
Fonte: Fundação Joaquim Nabuco - fundaj.gov.br
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