O uso de agrotóxicos nas plantações é comum no Brasil |
Pesquisa da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revela que ainda é alta a
presença de resíduos de agrotóxicos em muitos alimentos presentes na mesa dos
brasileiros. Cerca de 36% das amostras de alimentos de 2011 e 29% das amostras
de 2012 apresentaram resultados insatisfatórios nessa questão, de acordo com o
relatório de atividades do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em
Alimentos (PARA).
No ano passado, por exemplo, 59% das amostras de morango foram consideradas insatisfatórias. Nesse cálculo, pesam quesitos como a presença de agrotóxico não autorizado para o alimento analisado; uso de agrotóxico autorizado, mas acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR); e a detecção, conjunta, de agrotóxico não autorizado e autorizado, mas acima do limite permitido. Das amostras de pepino, no ano passado, 42% foram consideradas insatisfatórias pela Anvisa. Para o abacaxi, o índice foi de 41%. Nas amostras de cenoura, 33% foram classificadas como insatisfatórias no ano passado.
No ano passado, por exemplo, 59% das amostras de morango foram consideradas insatisfatórias. Nesse cálculo, pesam quesitos como a presença de agrotóxico não autorizado para o alimento analisado; uso de agrotóxico autorizado, mas acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR); e a detecção, conjunta, de agrotóxico não autorizado e autorizado, mas acima do limite permitido. Das amostras de pepino, no ano passado, 42% foram consideradas insatisfatórias pela Anvisa. Para o abacaxi, o índice foi de 41%. Nas amostras de cenoura, 33% foram classificadas como insatisfatórias no ano passado.
Das amostras insatisfatórias, cerca de 30% se referem à agrotóxicos que estão sendo reavaliados pela Anvisa. Mas uma surpresa foi a presença de pelo menos dois agrotóxicos que nunca foram registrados no Brasil: o azaconazol e o tebufempirade. Eles foram encontrados em amostras de uva. Segundo a Anvisa, isso sugere que os produtos podem ter entrado no Brasil por contrabando.
Índices de agrotóxicos nos alimentos mais comuns |
"Outro resultado de destaque foi a detecção de aldicarbe em uma amostra de arroz. Trata-se do ingrediente ativo de maior toxicidade aguda dentre todos os agrotóxicos de uso agrícola, sendo também o mais empregado, indevidamente, como raticida ilegal, sob a denominação popular de ''chumbinho''. Sua reavaliação toxicológica foi efetuada em 2006, e em decorrência deste processo, diversas medidas restritivas foram recomendadas pela Anvisa e implementadas pelo fabricante do único produto formulado até então registrado no País, que desenvolveu um programa de controle específico para este produto", cita o estudo, referente a dados de 2011.
Na elaboração da pesquisa foram analisadas 3.293 amostras de alface, arroz, cenoura, feijão, mamão, pepino, pimentão, tomate e uva. A íntegra do estudo está disponível para consulta na internet, no site da Anvisa. Em 2012, 36% das amostras puderam ser rastreadas até o produtor e 50% até o distribuidor do alimento. A Anvisa explica que a escolha dos alimentos considerou dados de consumo obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos à disponibilidade desses alimentos nos supermercados das diferentes unidades da federação e no perfil de uso de agrotóxicos.
Dirceu Barbano - Diretor Presidente da Anvisa |
AGROTÓXICO
MATA ABELHAS
Agrotóxicos
usados para combater pragas em lavouras de soja, café e feijão causaram a morte
de pelo menos 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, na região central do
Estado de São Paulo. É o que apontam laudos dos exames feitos em laboratório a
pedido do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do município, divulgados
nesta terça-feira (18).
A
mortandade vem ocorrendo desde 2012, mas se intensificou em dezembro do ano
passado. O município é grande produtor de mel e chega a colher dez toneladas
por ano.
Os laudos
apontaram a presença de glifosato, componente dos principais agrotóxicos
comerciais, no organismo das abelhas. Os produtos com esse princípio ativo são
usados para controle de ervas daninhas e no manejo das lavouras. Também foi
encontrado o clorpirifós, um inseticida largamente usado para o controle de
pragas em lavouras de grãos, cana-de-açúcar, laranja e café.
De acordo
com pesquisadores, a ação conjunta dos dois agroquímicos pode ter potencializado
a toxicidade para as abelhas.
Alguns
produtores perderam mais de uma centena de colmeias. O uso dos produtos
químicos nas lavouras é liberado pelo Ministério da Agricultura, mas com
controle na aplicação.
O
Departamento Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, com o apoio do
Departamento de Biologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio
Claro, busca alternativas para manter as abelhas longe do veneno usado nas
plantações. Uma delas é desenvolver a apicultura migratória, levando as abelhas
para áreas de mata preservada. Também está sendo proposta a criação de um
comitê para acompanhar o uso de defensivos nas lavouras.
Fonte:
O Estado de São Paulo – 18.02.14
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