Segundo pesquisa, 40,5% das gaúchas já traíram |
Pense
de novo quando alguém lhe perguntar se você põe a mão no fogo por aquela sua
amiga, prima ou vizinha. Dados de uma pesquisa divulgada este mês mostram que,
dependendo da sua resposta, há grandes chances de queimar essa mão. Segundo
levantamento feito com 1.320 mulheres de todo o país, 40,5% das gaúchas com
mais de 40 assumiram já ter traído os companheiros. No resto do Brasil, essa
média é de 36,7%. A pesquisa revela ainda que as mulheres do Rio Grande do Sul
estão preocupadas com a aparência e investem mais do que o restante das
brasileiras em cirurgias plásticas, roupas e acessórios.
Comparada
com outro estudo sobre o comportamento feminino feito em 2007, a pesquisa é
ainda mais reveladora. Há seis anos, 12% das mulheres brasileiras disseram que
já haviam cometido traição — 24% das gaúchas deram a mesma resposta. O aumento
no percentual de mulheres que admitiram a transgressão conjugal no estudo
recente pode ser explicado, em parte, pela metodologia: em 2007, elas
respondiam a um pesquisador; em 2013, preencheram um questionário pela
internet, sem revelar sua identidade.
ALGUNS DADOS
Suzana Carvalho é especialista em pesquisas de mercado |
— É
uma variável a ser considerada na comparação dos resultados das duas pesquisas.
Mas isso não diminui o fato de que as gaúchas já eram, em 2007, as mulheres que
mais admitiam a traição no país. Agora, vimos que esse número só aumentou —
explica a coordenadora da pesquisa e diretora do Instituto Rodhe & Carvalho,
Suzana Carvalho.
Os
motivos para a infidelidade feminina não são explicados pela pesquisa. Mas o
levantamento oferece outros dados que podem revelar um panorama mais amplo da
personalidade da mulher com mais de 40 anos. A preocupação com a aparência
surge com destaque entre os números. As gaúchas são as campeãs nacionais em
quesitos como cirurgias plásticas, preocupar-se em parecer mais jovem, comprar
roupas e acessórios, arrumar-se para outras mulheres e temer a velhice. Suzana
ensaia uma explicação com resultados de seus estudos anteriores. Para ela,
manter-se jovem e bonita é uma estratégia de competição no mercado de trabalho
e, principalmente, nos relacionamentos:
— Em
outras pesquisas, já perguntamos aos homens o que eles buscam em uma mulher, e
a maioria colocou a beleza como um dos requisitos fundamentais. Logo, a vaidade
pode ser uma estratégia para vencer a briga pelo companheiro.
Mulheres com mais de 40 anos se declararam independentes financeiramente |
NA IDADE DO RELAX
Nem só
de aparência vivem as brasileiras, tampouco as gaúchas. No país, 77% das
mulheres com mais de 40 declararam ser independentes financeiramente, 78%
trabalham fora de casa e 12,5% investiram em um negócio próprio no ano passado.
Por aqui, 33% se preocupam em perder espaço para profissionais mais jovens —
contra 29,6% da média nacional. A saber, o levantamento foi feito com mulheres
de 40 a 65 anos — 45% delas tinham idades entre 40 e 45.
Apesar
da busca pela beleza e da disputa profissional, passar dos 40 significa relaxar
um pouco, segundo Suzana. Ao comparar o resultado do estudo recente a outro,
concluído no final de 2011 com mulheres na faixa etária de 20 aos 30 anos, ela
afirma que a pressa e a ansiedade reveladas pelas mulheres mais jovens já foram
amadurecidas e depuradas na fase seguinte. Enquanto as mais novas querem
encontrar um companheiro, casar, ter filhos e realizar-se profissionalmente até
os 35 anos, as mulheres com mais de 40 encaram as expectativas com mais
tranquilidade e serenidade. Prova é que, apesar do cuidado com a aparência, 89%
das entrevistadas afirmaram estar preocupadas com a saúde. Com maior
independência financeira e melhor resolvidas profissionalmente, encaram o
mercado de trabalho com segurança.
Usando a internet como meio de pesquisa, as gaúchas se revelaram mais infiéis |
—
Percebemos que, ao chegar aos 40, as mulheres tornam-se ponderadas e entendem
que precisam relaxar com relação às expectativas e aos planos que tinham com 20
anos. Com isso, elas ficam mais calmas. É a maturidade chegando — completa
Suzana Carvalho.
Fonte: Zero Hora - Edição de 23.05.2013
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