O minuto de
celular no Brasil é de longe o mais tributado na América Latina, segundo
pesquisa da consultoria Deloitte a pedido da GSMA (Associação do Sistema Global
de Comunicação Móvel).
Segundo o
relatório lançado nesta semana, o custo reduz o consumo de telefonia móvel,
apesar da popularidade do serviço no país.
A carga
tributária sobre os serviços de telefonia móvel (pós e pré-pago) no país é de
37%, em média. Já na República Dominicana, segundo colocado, é de 27%.
Individualmente,
o Brasil é o país com mais conexões de telefonia móvel, com 48% do total das
linhas. Fechou o segundo semestre de 2012 com 260,4 milhões, mais de três vezes
e meia o total do México, segundo colocado.
Esses números
credenciam o país como o quarto maior mercado do mundo em linhas de celular,
atrás de China, Índia e EUA. No entanto, segundo o relatório, o consumo médio
de minutos está longe do topo na região.
A média
brasileira é de 120 minutos ao mês, longe da do líder México, de 200 minutos.
O principal
vilão apontado é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços),
aplicado pelos Estados. "O imposto no Brasil não é feito de uma forma
clara para o cliente", diz Eduardo Levy, presidente do Sinditelebrasil
(sindicato das operadoras)
Embora as
alíquotas estaduais variem de 25% a 35%, a fórmula como o imposto é calculado
adiciona um acréscimo entre 33,3% e 54% do valor do serviço à conta final.
"Não vou dizer que é um assalto, mas é um absurdo."
Segundo o
relatório, a tributação da telefonia no Brasil pode ser equiparada à alta carga
aplicada pelo governo ao tabaco e ao álcool para desencorajar o consumo.
"Entretanto,
a aplicação desse raciocínio no contexto dos
serviços móveis que geram impacto social positivo não parece apropriado",
afirma a entidade.
Em 2011, o
impacto total do setor de telecomunicações na economia foi de US$ 177 bilhões.
O cálculo considera desde impostos pagos e empregos criados a acréscimos na
produtividade de atividades empresariais como o m-banking e comunicação
máquina-a-máquia (como as maquininhas de cartão de crédito).
O estudo
conclui: a telefonia e banda larga móvel tem sido tratadas como
"oportunidades significantes" pelos governos da região para promover
uma inclusão social na América Latina, porém, "políticas que criam
barreiras ao consumo e desencorajam o investimento no setor aparecem
inconsistentes com esses objetivos".
Fonte: Folha
de São Paulo – Edição 13/12/12


Nenhum comentário:
Postar um comentário