Ministério da Saúde, empresas aéreas,
Secretaria de Aviação Civil e Força Aérea Brasileira assinaram na última
quarta-feira, um acordo para facilitar o transporte de órgãos e tecidos
usados em transplantes. A iniciativa pretende ampliar a oferta de voos e, com
isso, reduzir o tempo entre a retirada dos órgãos do doador e o transplante no
paciente receptor.
Com a assinatura, o governo quer aumentar em
10% o número de órgãos sólidos transportados e também de hemoderivados, que
passam a ser formalmente incluídos no acordo de cooperação. As empresas vão
garantir vagas no avião tanto para equipes quanto para o material a ser
transportado.
As empresas poderão solicitar solidariedade dos passageiros |
Em casos de voos lotados, as companhias vão
sugerir que passageiros voluntariamente cedam o seu lugar para a equipe ou para
o material a ser transportado. O pedido será feito durante o check-in. Para
comprovar a necessidade, a equipe de solo deverá apresentar para o passageiro a
solicitação do serviço de transplante.
Aviões que transportarem equipes e material
terão prioridade para pouso e decolagem. Integrantes do grupo de captação e
condução de órgãos, por sua vez, terão prioridade nos procedimentos de inspeção
de segurança e no acesso aos portões de embarque e desembarque do aeroporto.
"O impacto para as companhias será
mínimo", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas,
Eduardo Sanovicz. Ele conta que o Brasil tem uma média diária de 2,7 mil voos
nacionais. Em 35 a 38 desses voos diários, órgãos ou tecidos são transportados.
Em boa parte das vezes, na cabine do piloto.
O Coordenador Geral do Sistema Nacional de
Transplantes, Heder Murari Borba, avalia que serão raras as solicitações feitas
a passageiros.
"Muitas vezes, as equipes viajam em
aviões do próprio sistema. Além disso, há também os aviões da FAB, que muito
nos auxiliam." Participam da iniciativa as empresas TAM, Gol, Azul e
OceanAir que, juntas, são responsáveis por 99% do mercado. Com a assinatura,
uma equipe do Sistema Nacional de Transplantes terá acesso a informações sobre voos
e logísticas de transporte, para poder escolher o melhor roteiro a ser
percorrido. Oito enfermeiros serão destacados para essa atividade, que será
realizada 24 horas por dia, durante toda a semana, no Aeroporto Santos Dumont.
O trabalho dessa equipe começa neste fim de semana.
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De acordo com o ministério, atualmente,
vários Estados, principalmente da Região Norte, dependem da logística aérea
para poder realizar transplantes.
No primeiro semestre deste ano, o Sistema
Nacional de Transplantes registrou 3.842 cirurgias para transplantes de pulmão,
coração, pâncreas, rim e fígado – 3,8% a mais do que o que havia sido
contabilizado no mesmo período de 2012. Transplantes de medula óssea cresceram
13% no mesmo período.
Fonte:
Jornal Estado de São Paulo – Edição 04.12.13
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